Erros Comuns na Escrita Acadêmica e Como Evitá-los

Muitos estudantes enfrentam dificuldades na hora de escrever seus trabalhos acadêmicos. Neste artigo completo, descubra os erros mais comuns na escrita acadêmica — e, o mais importante, aprenda como evitá-los com dicas práticas e explicações claras.

4/8/20254 min read

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A escrita acadêmica é um dos pilares do universo universitário. Seja na produção de artigos, resenhas, projetos de pesquisa ou no tão temido TCC, o domínio da linguagem acadêmica é um diferencial para quem deseja se destacar. No entanto, mesmo estudantes esforçados e dedicados podem tropeçar em erros que comprometem a clareza, a coerência e a credibilidade de seus textos.

Neste artigo, abordaremos os erros mais frequentes cometidos na escrita acadêmica — desde falhas gramaticais até questões de estrutura lógica — e indicaremos caminhos seguros para evitá-los. A proposta é oferecer não apenas uma crítica, mas também uma orientação sólida para melhorar sua redação de forma prática e consistente.

1. Uso de linguagem informal ou coloquial

Um dos erros mais recorrentes na escrita acadêmica é o uso de expressões informais ou coloquiais. Palavras como “gente”, “coisa”, “legal”, ou construções como “tipo assim” não têm espaço num texto acadêmico. O mesmo vale para gírias, jargões da fala cotidiana e expressões vagas.

Como evitar:

  • Adote um vocabulário técnico e objetivo, específico ao seu campo de estudo.

  • Releia o texto em voz alta para perceber se há trechos que soam como uma conversa informal.

  • Use sinônimos mais formais: ao invés de “coisa”, prefira “aspecto”, “elemento”, “fator”.

2. Falta de coesão e coerência

Muitos textos acadêmicos falham na construção de um fio condutor claro. Isso pode acontecer quando há mudanças abruptas de ideia, parágrafos mal conectados ou argumentos soltos, sem ligação lógica entre si.

Como evitar:

  • Planeje previamente o texto com um esboço ou mapa mental.

  • Use conectivos adequados: além disso, por conseguinte, portanto, no entanto, entre outros.

  • Revise a sequência de ideias e veja se elas conduzem naturalmente o leitor à conclusão.

3. Ausência de estrutura lógica (introdução, desenvolvimento e conclusão)

É comum encontrar textos que apresentam ideias soltas, sem introduzir bem o tema ou concluir de forma eficiente. A estrutura clássica — introdução, desenvolvimento e conclusão — ainda é a mais segura e eficaz para organizar um raciocínio acadêmico.

Como evitar:

  • Na introdução, delimite o tema, apresente o problema e os objetivos.

  • No desenvolvimento, analise os argumentos, traga autores e exemplos.

  • Na conclusão, retome a problemática e apresente uma resposta coerente ao que foi proposto.

4. Excesso de citações ou ausência delas

Outro erro comum é citar autores em demasia, como se o texto fosse apenas um amontoado de vozes alheias, sem contribuição própria. Por outro lado, há quem escreva tudo sem uma única citação, o que torna o texto opinativo e frágil do ponto de vista científico.

Como evitar:

  • Use citações com moderação, sempre contextualizadas.

  • Garanta que sua voz autoral apareça claramente entre as citações.

  • Cite para fundamentar suas ideias, não para substituir seu pensamento.

5. Problemas de normatização (ABNT e outras normas)

A apresentação formal de um trabalho também é parte da escrita acadêmica. Muitos trabalhos são penalizados por erros simples de formatação: margens incorretas, espaçamento irregular, citações fora do padrão, entre outros.

Como evitar:

  • Utilize modelos prontos de formatação (como os do Word ou Google Docs).

  • Consulte o manual de normas da instituição ou siga diretamente a NBR 14724 (para trabalhos acadêmicos).

  • Use ferramentas como o Mendeley ou o Zotero para automatizar referências.

6. Erros gramaticais e ortográficos

Mesmo que o conteúdo seja excelente, erros gramaticais comprometem a credibilidade do texto. Concordância verbal e nominal, regência, uso correto dos pronomes e ortografia são aspectos essenciais.

Como evitar:

  • Revise o texto em várias etapas: ortografia, gramática, estilo.

  • Utilize ferramentas de correção, mas não dependa apenas delas.

  • Se possível, peça que outra pessoa revise — um olhar externo sempre ajuda.

7. Falta de delimitação do tema

Começar um texto sem saber exatamente o que se pretende argumentar é um convite ao desastre. A falta de clareza sobre o recorte temático leva a textos genéricos, superficiais e pouco convincentes.

Como evitar:

  • Delimite com precisão o objeto de estudo, o recorte temporal, o espaço geográfico ou o grupo social que será analisado.

  • Responda antes de começar: “O que quero dizer? Para quem? Com que objetivo?”

8. Redundância e repetição de ideias

Outro vício comum na escrita acadêmica é repetir o mesmo argumento com palavras diferentes, como se isso reforçasse a ideia. Na verdade, isso demonstra falta de profundidade.

Como evitar:

  • Evite “encher linguiça”. Prefira argumentos sólidos, mesmo que em menor número.

  • Diversifique o vocabulário e utilize recursos argumentativos distintos (exemplos, dados, comparações).

9. Frases longas e confusas

A tentativa de parecer “erudito” pode levar à criação de frases gigantes, com várias orações, que ao final ninguém entende — nem o autor. Clareza é mais importante que complexidade.

Como evitar:

  • Prefira frases curtas e diretas.

  • Divida sentenças longas em períodos menores.

  • Se o leitor precisa reler a frase para entender, reescreva.

Conclusão

Escrever bem na universidade não é apenas uma questão de “dom”. Trata-se de prática, leitura constante e revisão cuidadosa. Com atenção aos erros mais comuns e dedicação ao aprimoramento contínuo, qualquer estudante pode desenvolver uma escrita acadêmica clara, precisa e eficaz.

Lembre-se: um bom texto não nasce pronto. Ele é construído, reconstruído, lapidado. E cada parágrafo bem escrito é um passo rumo à excelência.